Implementada durante o governo de Franklin Delano Roosevelt nos Estados Unidos (1933 a 1945), a chamada política de boa vizinhança tornou-se a estratégia de relacionamento com a América Latina no período. Sua principal característica foi o abandono da prática intervencionista que prevalecera nas relações dos Estados Unidos com a América Latina desde o final do século XIX. A partir de então, adotou-se a negociação diplomática e a colaboração econômica e militar com o objetivo de impedir a influência européia na região, manter a estabilidade política no continente e assegurar a liderança norte-americana no hemisfério ocidental.
Essa alteração respondia a interesses tanto político-estratégicos quanto econômicos de Washington.
No terreno político-estratégico, permitia aos Estados Unidos fazerem frente à competição internacional do nascente sistema de poder alemão, assegurando um relacionamento cooperativo com as nações latino-americanas com vistas à formulação de planos globais de defesa hemisférica.
No terreno político-estratégico, permitia aos Estados Unidos fazerem frente à competição internacional do nascente sistema de poder alemão, assegurando um relacionamento cooperativo com as nações latino-americanas com vistas à formulação de planos globais de defesa hemisférica.
Já no plano econômico, a política de boa vizinhança convinha aos esforços dos Estados Unidos para se recuperar dos efeitos da crise de 1929 sobre sua economia. A retórica da solidariedade e os métodos cooperativos no relacionamento com os países latino-americanos facilitavam a formação de mercados externos para os produtos e investimentos norte-americanos, além de garantir o suprimento de matérias-primas para suas indústrias. A implantação dessa nova estratégia de relacionamento com a América Latina representou a vitória da corrente política do governo norte-americano que advogava o livre-cambismo como solução para a recuperação econômica dos Estados Unidos no plano internacional.O desaparecimento das condições que geraram a política de boa vizinhança nos anos 30 - depressão econômica, liderança pessoal de Roosevelt, competição latente entre Estados Unidos e Alemanha etc. - e o surgimento de um nova ordem internacional, com os Estados Unidos na posição de líder absoluto do hemisfério ocidental, levaram o governo norte-americano a adotar uma política que priorizava a reconstrução econômica européia e a contenção da União Soviética.
Após o crash da bolsa de Nova York em 1929 e o início da Grande Depressão, os Estados Unidos, passando por vários problemas internos, precisavam mudar suas táticas de domínio na América Latina. A Doutrina Monroe e o seu corolário (AYERBE, 2004) foram repudiados no início da década de 1930, por serem considerados agressivos e prejudiciais para a imagem do país na comunidade internacional. Ao ser eleito presidente dos Estados Unidos em 1932, Franklin D. Roosevelt cria a política de Boa Vizinhança, que tem por preceito, a não intervenção militar como modo de impor o domínio sobre o continente, mas sim criar formas mais sutis e eficazes de atingir seus objetivos nos países latino-americanos, melhorando as relações diplomáticas com os mesmos.
Os brasileiros aprenderam a substituir os sucos de frutas tropicais onipresentes à mesa por uma bebida de gosto estranho e artificial chamada Coca-Cola. Começaram também a trocar sorvetes feitos em pequenas sorveterias por um sucedâneo industrial chamado Kibon, produzido por uma companhia que se deslocara às pressas da Ásia, por efeito da guerra. Aprenderam a mascar uma goma elástica chamada chicletes e incorporaram novas palavras que foram integradas à sua língua escrita. Passaram a ouvir o fox-trot,o jazz, e o boogie-woogie, entre outros ritmos, e assistiam agora a muito mais filmes produzidos em Hollywood. Passaram a voar nas asas da PanAmerican, deixando para traz os “aeroplanos” da Lati e da Condor.
Os EUA utilizariam este novo modo de vida para obter maiores benefícios econômicos e aumentar sua influência política.
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