AS CRISES ECONÔMICAS NO BRASIL: ANOS 60 E 70
Anos 60 ditadura militar. Anos 70 crise do petroleo.
RESUMO
Este artigo analisa as explicações marxistas sobre as crises econômicas brasileiras dos anos 60 e 70. Estas crises são endogenamente determinadas pelas contradições do processo de desenvolvimento capitalista dependente. É destacada a explicação baseada no aumento da composição orgânica do capital e a conseqüente queda na taxa de lucro.
A inflexão cíclica que se segue ao período expansivo do Plano de Metas é a primeira crise industrial da economia brasileira, causada por fatores endógenos. Desde os anos 30, o centro dinâmico da economia brasileira já era determinado pela produção industrial, embora só na segunda metade dos anos 50 o seu valor tenha ultrapassado o valor da produção agrícola. Esta crise, que se estende de 1962 a 1967, só viria confirmar a importância dos investimentos na determinação da nossa dinâmica econômica.
Um novo ciclo expansivo ocorre com o chamado "milagre econômico" no período 1968-73, com um crescimento médio do PIB de 11,2% ao ano. Após um crescimento de 14,0% do PIB em 1973, a economia atravessará a chamada crise do milagre, com a queda no ritmo de crescimento. Mas em termos quantitativos esta inflexão é relativa, na medida em que o crescimento médio do PIB atingiu 6,7% a.a. no período 1974-78.
As explicações para estas crises serão diferenciadas, conforme o pertencimento teórico dos autores. Este artigo analisará as explicações com enfoque marxista, bem como algumas de suas variações, quase todas centradas na questão da desproporcionalidade departamental. A seção 1 analisa a crise dos anos 60; a seção 2 trata da crise nos anos 70, e a seção final explora a possibilidade de explicarmos estas crises a partir da elevação da composição orgânica do capital e da conseqüente queda na taxa de lucro
1. A inflexão cíclica 1962-67
O crescimento do PIB brasileiro no período 1956-62 atingiu uma média anual de 7,1%. A produção industrial cresceu 9,8% a.a. Este forte ritmo de crescimento é seguido por uma inflexão cíclica. No período 1962-67, o crescimento do PIB apresenta uma média de 3,2%, e a produção industrial cresce tão somente 2,6% a.a. Os primeiros sinais de desaceleração já se manifestaram em 1962, após o ‘boom’ expansivo do Plano de Metas. Maria Conceição Tavares e José Serra qualificam essa crise, que com várias inflexões se arrasta até 1967, como de natureza cíclica , após a conclusão do volumoso pacote de investimentos iniciados em 1956/57. As políticas de estabilização de 1963 (Plano Trienal) e de 1964-66 (PAEG) também contribuíram para aprofundar esta desaceleração, que sinalizou o próprio esgotamento do Processo de Substituição de Importações, em um contexto de um mercado estruturalmente limitado para os bens de consumo duráveis, convivendo com graves problemas de financiamento. Para estes autores, a continuidade do forte ritmo de crescimento exigiria um novo bloco de investimentos, que deveria "cumprir um papel semelhante ao da onda de inovações de Schumpeter, a qual não ocorrendo regularmente no tempo tende a provocar profundas flutuações no desenvolvimento capitalista" (Tavares&Serra, 1972:167-73). Os argumentos de Tavares&Serra, segundo Nora Lustig, "claramente os classificam na teoria de crise de realização subconsumista" (Lustig, 1980:40).
Francisco de Oliveira irá identificar na crise econômica as conseqüências da crise política, no momento em que as classes trabalhadoras denunciam o pacto populista, em que “não participavam dos ganhos, como viam deteriorar-se o próprio nível de participação na renda nacional que já haviam alcançado” (Oliveira, 1977: 48). No célebre artigo A economia brasileira: crítica à razão dualista, o autor introduz também a questão da proporcionalidade departamental para a continuidade do processo de acumulação. Analisando a relação entre o crescente excedente, a poupança e a acumulação real, Oliveira conclui que é necessário que a velocidade de crescimento das relações interindustriais entre os departamentos I e II da economia seja mais alta que o crescimento da poupança, para a continuidade do crescimento. Mas a “dessubstituição de importações” de bens de capital, a partir do Plano de Metas, vai contra este incremento de relações interindustriais e aparece como elemento potencialmente causador de crise. Continuando a análise, o autor ao tratar já dos anos do "milagre econômico", se refere explicitamente à instabilidade potencial da sobre-acumulação existente naqueles anos na economia brasileira, quando a poupança crescente não encontra oportunidades de inversão real, conforme análise clássica desenvolvida por Dobb (1978). Na parte final deste mesmo artigo, o autor, ao discutir as perspectivas da continuidade da expansão capitalista no Brasil, introduz a questão do mercado, tendo em vista o agravamento do processo de concentração de renda no pais. Na verdade, apesar das críticas de Oliveira a Tavares&Serra, encontra-se nos artigos destes autores mais semelhanças teóricas do que diferenças. O elemento condutor da análise é em ambos artigos o desequilíbrio departamental, causado pelo desenvolvimento insuficiente do departamento I da economia brasileira. Mesmo a questão do mercado, sempre tão presente em Tavares&Serra, acaba sendo também abordada por Oliveira.
Singer(1977 e 1982) analisa as crises considerando além das características inerentes ao modo de produção capitalista ( anarquia da produção e conseqüente possibilidade de desproporcionalidades), os chamados ciclos econômicos políticos, desenvolvidos pioneiramente por Kalecki, em que são considerados os efeitos das políticas econômicas keynesianas, que geram crises cíclicas exatamente ao implementarem as políticas anti-cíclicas. Assim, este autor analisa a crise dos anos 60 como uma crise estrutural de superprodução ou subconsumo, agravada conjunturalmente pela política econômica recessiva do governo militar, após a recessão de 1963 com o Plano Trienal de Celso Furtado. Isto em um contexto de desequilíbrios estruturais presentes desde o final da II Guerra, e decorrentes do processo de industrialização do pais via substituição de importações.
A questão da superprodução ou sobreacumulação será considerada por quase todos os autores que vão analisar a crise dos anos 60. Certamente a existência de elevada capacidade ociosa em importantes indústrias, será fundamental para isto: Serra (1982) estima em 50% a capacidade ociosa na indústria automobilística no início dos anos 60, enquanto Leff(1977) aponta a existência de capacidade ociosa generalizada no conjunto do setor de bens de capital. Este excesso de capacidade deve-se mais a determinantes microeconômicos, do que a fatores macroeconômicos: investimentos em indústrias oligopolizadas, capital-intensivas, com grandes escalas mínimas de produção, em um mercado relativamente restrito. Não se trata, na verdade, das crises clássicas de superprodução de capital, em que o capital reinvestido não se valoriza às taxas de lucro auferidas anteriormente, tornando-se, assim, um capital em excesso, que deverá ser destruído.
No campo marxista há toda uma tradição crítica sobre a questão da desproporcionalidade, bem como sobre a identidade super-produção/subconsumo. Embora não esteja entre os objetivos deste artigo o enfrentamento desta questão, excelentes revisões críticas podem ser encontradas em Roldosky(1979), Mandel(1982) e Sousa(1992).
Uma das análises mais complexas e completas sobre a crise econômica que ocorre no pais nos anos 60 é desenvolvida por Maria Moraes. Esta autora articula a questão da tendência decrescente da taxa de lucro, em um momento conjuntural de inflexão cíclica e de dificuldades na agricultura, com o ascenso da luta política: “A crise de 1964 é pois a unidade de determinações econômicas (as contradições oriundas do desenvolvimento capitalista brasileiro na década dos anos 60, apoiado no Estado e no capital estrangeiro, numa conjuntura de baixa do ciclo industrial e de dificuldades do setor agrário, em que não conseguiram ser postos em prática mecanismos que contrabalançassem a tendência decrescente da taxa de lucro ) e políticas ( ascensão do movimento de massa no contexto de um governo de inspiração democrático-nacional)” (Moraes,1974:46). É interessante assinalar que Mário Henrique Simonsen, autor com posição política antagônica aos aqui focalizados, também associa a desacelelação dos investimentos no início dos anos 60 à instabilidade política que se segue à renuncia de Jânio Quadros (Simonsen,1969 ). Dentre os autores que estamos tratando, Francisco de Oliveira reconhece na luta política a principal causa da crise; Singer também aborda a questão, considerando que a inflação crescente estimula a ação sindical dos trabalhadores, e provoca, ainda, a radicalização das reivindicações políticas,
2. O "milagre" e sua crise
Após o golpe militar de 1964, será implantado o PAEG, buscando controlar a inflação e realizar um amplo conjunto de transformações institucionais no país. Estas transformações internas e a conjuntura externa favorável produziriam o milagre econômico brasileiro, com um crescimento médio do PIB de 11,2% ao ano entre 1968/73, atingindo o crescimento máximo de 14%
BRASIL ANOS 60 E 70 - REVOLUÇAO:Houve uma grande revolução nos anos 60 e 70 com o aparecimento do feminismo e os movimentos a favor dos negros e homossexuais. Surgem também os hippies, os quais eram totalmente a favor da paz,também conhecido como contracultura.Foram também décadas marcadas pelas drogas. Foram décadas em que os projetos dos anos 50, foram realizados. Também surgiram movimentos em defesa do meio ambiente. Nos anos 70, houve um crescimento das revoluções comportamentais dos anos 60.
Brasil anos 60 e 70 - Tropicalia.
O que foi o tropicalismo?
A Tropicália , Tropicalismo ou Movimento tropicalista foi um movimento cultural brasileiro que surgiu sob a influência das correntes artísticas de vanguarda e da cultura pop nacional e estrangeira (como o pop - rock e a concretismo ); mesclou manifestações tradicionais da cultura brasileira a inovações estéticas radicais.
Quais objetivos?
Tinha também objetivos sociais e políticos, mas principalmente comportamentais, que encontraram eco em boa parte da sociedade, sob o regime militar , no final da década de 1960.
O que manifestou?
O movimento manifestou-se principalmente na música (cujos maiores representantes foram Caetano Veloso , Gilberto Gil , Os Mutantes e Tom Zé ); manifestações artísticas diversas, como as artes plásticas (destaque para a figura de Hélio Oiticica ), o cinema (o movimento sofreu influências e influenciou o Cinema novo de Gláuber Rocha ) e o teatro brasileiro (sobretudo nas peças anárquicas de José Celso Martinez Corrêa).
Brasil anos 60 e 70 - Querilhas
Combatida pelo exército a partir de 1972, quando vários de seus integrantes já haviam se estabelecido na região há pelo menos seis anos, o palco das operações de combate entre a guerrilha e o Exército se deu onde os estados de Goiás, Pará e Maranhão faziam fronteira. Seu nome vem do fato de se localizar às margens do rio Araguaia, próximo às cidades de São Geraldo do Araguaia e Marabá no Pará e de Xambioá, no norte de Goiás (região onde atualmente é o norte do estado de Tocantins, também denominada como Bico do Papagaio).[1] Estima-se que o movimento, que pretendia derrubar o governo militar, fomentando um levante da população, primeiro rural e depois urbana, e instalar um governo comunista no Brasil, era composto por cerca de oitenta guerrilheiros sendo que, destes, menos de vinte sobreviveram, entre eles, o ex-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), José Genoíno, que foi detido pelo Exército em 1972, ainda na primeira fase das operações militares. A grande maioria dos combatentes, formada principalmente por ex-estudantes universitários e profissionais liberais, foi morta em combate na selva ou executada após sua prisão pelos militares, durante as operações finais, em 1973 e 1974.[1] Mais de cinquenta deles são considerados ainda hoje como desaparecidos políticos.[2] Desconhecida do restante do país à época em que ocorreu, protegida por uma cortina de silêncio e censura a que o movimento e as operações militares contra ela foram submetidos, os detalhes sobre a guerrilha só começaram a aparecer cerca de vinte anos após sua extinção pelas Forças Armadas, já no período de redemocratização.
O bonito futebol dos anos 60 e 70
O futebol praticado nos anos 60 e 70 era mais bonito que o atual sem sombra de dúvida.
Algumas pessoas discordam, dizendo que naquela época o jogo era lento e outras coisas mais, mas para mim a grande diferença está no meio-campo, ou seja, a parte sensível da espinha dorsal de um time de futebol.
Naquele tempo todos os times usavam o 4-2-4, com raras exceções como Fluminense que utilizava Telê pela direita fazendo o terceiro homem e o Botafogo que utilizava Zagallo pela esquerda fazendo a mesma função.
O Corinthians tinha Edson Cegonha, depois Tião e Rivelino. O Santos tinha Zito (depois Lima e Clodoaldo) e Mengálvio (depois Lima). O São Paulo nos anos 60 trocou tanto o meio de campo que não daria para enumerar. Somente nos anos 70, com a vinda de Chicão, Gérson e Pedro Rocha conseguiram formar um bom meio-campo. O Palmeiras tinha Zéquinha e Chinesinho, que foram substituídos por Dudu e Ademir da Guia.
Seu Olegário (Dudu) chegou da Ferroviária para o Palmeiras e os torcedores ficaram cismados com aquele rapaz franzino e muitos duvidaram de sua permanência no clube. Quando assumiu a posição de Zequinha o futebol de Dudu apareceu. Ele fazia a cobertura dos dois laterais e ainda era o líbero na frente dos zagueiros.
Ademir da Guia veio do Bangu, trazido por seu pai, o grande Domingos da Guia, tido por muitos como o melhor beque central que o Brasil teve. Passados 4 ou 5 meses seu pai veio visitá-lo e ficou surpreso ao ver o filho na reserva. Ademir então disse ao pai: “assista ao treino e veja o Chinesinho jogar. Ele parece mágico, o seu domínio da bola é espetacular“. Mas passados alguns meses Chinesinho foi vendido para o Catania da Itália e Ademir assumiu o posto de titular.
Ademir da Guia foi um jogador magistral. Tido por muitos como lento, Ademir tinha passadas longas, parecia um bailarino, seus pés pareciam que nem no chão tocavam e quando partia com a bola quase sempre deixava os atacantes palestrinos na cara do gol, que o digam Gildo, Edu Bala, Ademar Pantera, César Maluco, Nei e muitos outros.
Dudu e Ademir da Guia formaram a dupla de meio campistas que mais tempo jogaram juntos e se tivessem um medidor de metros percorridos como hoje, garanto que os futebolistas atuais ficariam com inveja!
Por tudo isso, digo que o futebol dos anos 60 e 70 era muito mais bonito. Usavam-se apenas dois jogadores no meio campo, um marcador e outro apoiador. No futebol de hoje os esquemas são 4-4-2, 3-5-2 etc.
Qualquer dia chegaremos ao 6-3-1 ou até ao 8-1-1!